O principal exemplo desse tipo de discurso foi o técnico Dunga. A despeito de os torcedores locais terem criticado o técnico César Farías e gritado "olé" para as trocas de passe dos brasileiros, o comandante da seleção visitante evitou criticar o rendimento dos rivais.
"Eu digo sempre que as partidas fáceis ou difíceis somos nós que fazemos. Com a qualidade dos nossos atletas, as coisas se tornam mais tranqüilas quando fazemos o que foi treinado e conseguimos cumprir nosso papel", analisou Dunga.
Satisfeito com o comportamento de sua equipe neste domingo, Dunga foi ainda mais veemente nos elogios aos venezuelanos: "Fizemos uma grande partida. Nós nos propusemos a sair para o ataque desde o início, e eles também. Enfrentamos uma equipe de qualidade, mas fizemos a nossa parte".
A principal preocupação que o treinador demonstrou com essa postura foi valorizar o êxito de seus comandados. "As pessoas dizem que o adversário é ruim só porque vencemos, mas a Venezuela já mostrou que tem qualidade. Nós é que fomos bem", afirmou.
Depois do triunfo fora de casa, os atletas corroboraram o discurso de Dunga sobre a Venezuela. "Enfrentamos um adversário de muita qualidade, mostramos muito respeito e conseguimos uma vitória importante", ponderou o meia Mancini. "Nós sabíamos que seria uma partida difícil, mas soubemos tirar proveito da nossa qualidade e facilitamos as coisas", emendou o volante Josué.
A valorização da Venezuela também representa uma tentativa de diminuir o impacto de um revés recente do Brasil. Em junho, jogando nos Estados Unidos, a seleção de Dunga foi superada por 2 a 0 pelo mesmo rival deste domingo.
"Aquele amistoso mostrou que eles têm força e o quanto o futebol da Venezuela evoluiu, mas a situação era totalmente diferente. Mesmo se o adversário for o mesmo, não tem como uma história de um jogo se repetir", finalizou Dunga.
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