quinta-feira, 31 de julho de 2014
Unidade 1: Tecnologias de informação e comunicação na educação
Tecnologias de informação e
comunicação na educação
Atividade 1.1
Abertura
Olá, Cursista!
Estamos felizes em contar com a sua participação no curso Tecnologias
na Educação: ensinando e aprendendo com as Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC). Nas próximas semanas, iremos nos dedicar ao
desenvolvimento de atividades deste curso, dialogaremos sobre diversos temas
relacionados à integração de tecnologias nos processos de ensino e de
aprendizagem, ao mesmo tempo em que estaremos constituindo nossa comunidade de
prática e de aprendizagem.
A disseminação do uso de tecnologias, em distintos ramos de atividades,
coloca-nos diante de vertiginosas mudanças na cultura, na sociedade, na
economia, na educação; e, em especial, perante os avanços da ciência e dos
conhecimentos que precisamos incorporar e lidar em sala de aula. Isso exige de
nós, educadores, a constante busca de aprendizado, produção e gestão de
conhecimentos e, também, desenvolvimento de diferentes modos de obter
informações atualizadas, de nos comunicar, de ensinar e criar melhores
condições de aprendizagem para nossos estudantes. Essa é a marca dos novos
tempos!
A partir da poesia de Fernando Pessoa, vamos pensar a respeito do nosso
papel em uma sociedade cuja presença das tecnologias provoca mudanças no modo
de pensar dos estudantes que recebemos em nossas salas de aula.
Aproveitar o tempo!
Tirar da alma os bocados preciosos – nem mais nem menos –
Para com eles juntar os cubos ajustados
Que fazem gravuras certas na história
(E estão certas também do lado de baixo que se não vê)...
Fernando Pessoa (2006, p. 73)
Extrato do poema Apostila, assinado pelo heterônimo Álvaro de Campos.
Para com eles juntar os cubos ajustados
Que fazem gravuras certas na história
(E estão certas também do lado de baixo que se não vê)...
Fernando Pessoa (2006, p. 73)
Extrato do poema Apostila, assinado pelo heterônimo Álvaro de Campos.
Para onde nos conduz esse convite do poeta? Você consegue imaginar o seu
papel, como educador, em uma sociedade em que as tecnologias geram profundas
mudanças? Como entrar em sintonia com as características da sociedade
contemporânea? Como estar preparado para formar as novas gerações diante das
mudanças frequentes e rápidas dessa sociedade?
Eis o desafio que nos aguarda durante este curso: repensar nossa atuação
docente e as formas como as TIC podem contribuir para o desenvolvimento de um
currículo que coloque a escola em sintonia com seu tempo, ampliando as
possibilidades para construção de conhecimento e de uma ação formadora que
valorize o potencial humano.
Durante nossa jornada, teremos diversos canais para comunicação, dentre
eles, um Fórum de
Dúvidas Pedagógicas, no qual vocês poderão dialogar com o formador.
Bom Curso!
Contextualização
Chamada por alguns pensadores de sociedade da tecnologia; por outros, de sociedade da informação,
do conhecimento ou, ainda, de sociedade da aprendizagem, a sociedade
contemporânea se caracteriza pela rapidez e abrangência de informações. A
realidade do mundo, atualmente, requer um novo perfil de profissional e de
cidadão que traga para a escola novos desafios. Encontramos, no cotidiano,
situações que demandam o uso de novas tecnologias e que provocam transformações
na nossa maneira de pensar e de nos relacionar com as pessoas, com os objetos e
com o mundo ao redor.
No bojo das mudanças tecnológicas, culturais e científicas, não há como
prever quais serão os conhecimentos necessários para viver em sociedade e
inserir-se no mundo do trabalho daqui a alguns anos. O desafio atual do sistema
educacional é formar, efetivamente, os estudantes para a cidadania responsável
e para que sejam contínuos aprendizes, que tenham autonomia na busca e na
seleção de informações, na produção de conhecimentos para resolver problemas da
vida e do trabalho e que saibam, também, aprender a aprender ao longo da vida.
Os estudantes precisam ser preparados para utilizar os sistemas
culturais de representação do pensamento que marcam a sociedade contemporânea,
o que implica em novas formas de letramento ou alfabetização (sonora, visual,
hipermidiática etc.), próprias da cibercultura, além das demais formas já
conhecidas. A exigência de aprender, continuamente, ao longo da vida,
constitui, na sociedade atual, um desafio para todas as pessoas e uma necessidade
premente colocada aos educadores. Não se trata, evidentemente, apenas de ter
acesso às informações, mas, sim, de saber buscá-las em diferentes fontes e,
sobretudo, saber transformá-las em conhecimentos para resolver problemas da
vida e do trabalho.
Para Refletir:
E você, professor, já parou para
refletir sobre como a escola se coloca diante deste novo panorama da sociedade?
O que você acha que mudou na escola, desde a última década, no sentido de
atender a essas novas demandas? Como se sente diante desse novo desafio? Como
vem sendo a sua prática? E sua postura diante da necessidade de aprender ao
longo da vida e das novas formas de letramento/alfabetização
Para ampliar seus conhecimentos sobre essa temática, é fundamental que
faça uma leitura atenta do artigo A sociedade da aprendizagem e o desafio de
converter informação em conhecimento, de Juan Ignacio Pozo (2004). Nesse texto,
o autor caracteriza a cultura da aprendizagem, que é inerente à sociedade do
conhecimento, e comenta novas formas de aprender e novos espaços instrucionais
que respondem às demandas dentro desse contexto.
Leitura básica para a realização da atividade
Informação e conhecimento não são sinônimos. A leitura desse texto,
portanto, pode trazer contribuições para entender melhor as necessidades da
sociedade contemporânea para lidar com as questões que envolvem esses dois
conceitos.
A sociedade da aprendizagem e odesafio de converter informação em conhecimento, de Juan Ignacio
Pozo (2004).
Agora que você conhece um pouco mais sobre esse novo cenário de mudanças
da sociedade atual e refletiu sobre as consequências e novas demandas para o
sistema educacional, realize a atividade abaixo:
Atividade 1.1
Produção de texto
Produzir um pequeno texto que sintetize
suas reflexões acerca da temática estudada. Na produção desse pequeno texto,
cada cursista terá a oportunidade de exercitar a sua capacidade de síntese.
Procurar uma forma de debater as questões propostas para reflexão com um(a)
colega e registrar de forma sintética as principais conclusões.
Unidade 1: Tecnologias de informação e comunicação na educação
Atividade 1.2
Identidade do Professor
As questões propostas fizeram, provavelmente, você rever algumas de suas
características, preocupações, ideais e expectativas diante das novas demandas
da sociedade atual. Além disso, na atividade realizada, você teve a
oportunidade de conhecer as reflexões de alguns colegas de turma sobre o
assunto e pôde perceber que existem semelhanças e diversidades entre os pontos
de vista.
A partir de agora, discutiremos o papel do professor nesse cenário de
mudanças. Você já parou para pensar sobre isso? É difícil ser professor nos
dias de hoje? Antônio Nóvoa (2001,
não paginado) nos dá algumas pistas ao afirmar que
“[...] é difícil dizer
se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que foi no passado, porque
a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje, os professores têm
que lidar não só com alguns saberes, como era no passado, mas também com a
tecnologia e com a complexidade social, o que não existia no passado. Isto é,
quando todos os estudantes vão para a escola, de todos os grupos sociais, dos
mais pobres aos ricos, de todas as raças e todas as etnias, quando toda essa
gente está dentro da escola e quando se consegue cumprir, de algum modo, esse
desígnio histórico da escola para todos, ao mesmo tempo, também, a escola
atinge uma enorme complexidade que não existia no passado.” (NÓVOA, 2001, não
paginado).
Figura 1.01 - Identidade do professor
Além das importantes considerações de Nóvoa a respeito da complexidade
que o professor enfrenta para exercer sua função, é importante resgatar as
bases sobre as quais a escola se constituiu, pautada na escrita e na
linearidade, e como os avanços tecnológicos atuais desafiam as rotinas e os
procedimentos consagrados na escola tradicional.
Raízes da Escola
A humanidade firmou seu processo de comunicação pela oralidade, o que
exigia dos envolvidos uma sincronia de tempo e um espaço para interagir. O
advento da escrita trouxe a possibilidade do registro e da construção da
ciência. Tal registro escrito se caracterizou pela linearidade e exigiu
ensinamento. Havia uma sintaxe que garantia, em cada língua, a expressão pela
escrita e a retomada de seu significado pelos interlocutores, os quais não
precisavam mais partilhar do mesmo tempo e espaço. A escola surgiu, então, para
tornar possível o acesso à escrita e à produção do que se queria dizer ou saber
por meio do código escrito.
Acreditou-se, durante muito tempo, que a estrutura e a linearidade da
escrita garantiam o mesmo entendimento a todos os leitores. Descobriu-se,
assim, que essa não era uma verdade garantida. Isso porque os textos são polifônicos, ao
contrário do que se acreditava ao tratar os textos como monofônicos.
A escola ainda não superou esse conceito monofônico por completo, e do
texto, sem falar na prioridade atribuída à linguagem verbal escrita, apesar de
todos os apelos sociais que exigem competências para o domínio de outras
linguagens. A evolução das TIC, por sua vez, apressa ainda mais uma mudança no
contexto escolar. Na cibercultura, os interlocutores de um processo de
comunicação podem ou não estar conectados simultaneamente, o que estabelece uma
relação diferente com os conceitos de contexto, espaço e tempo. A linearidade
cede lugar aos segmentos de uma enorme rede que libera o leitor para percorrer
caminhos não previsíveis em seu processo de leitura, pois o texto pode estar
repleto de hipertextos. Esse hipertexto, como explica Ramal (2000, não
paginado),
"[...] é algo
que está numa posição superior à do texto, que vai além do texto. Dentro do
hipertexto existem vários links, que permitem tecer o caminho para outras
janelas, conectando algumas expressões com novos textos, fazendo com que estes
se distanciem da linearidade da página e se pareçam mais com uma rede. Na
Internet, cada site é um hipertexto – clicando em certas palavras, vamos para
novos trechos, e vamos construindo, nós mesmos, uma espécie de texto.” (2000,
não paginado).
Com isso, as TIC trazem o desafio de lidar com a falta de
previsibilidade com que estudantes navegarão por textos e hipertextos, em
linguagens diversificadas. Para os professores, as tecnologias fortalecem a
necessidade de avançar em um trabalho pautado em uma polifonia sem fronteiras e
sem antecipação possível. O professor não vivenciou essa passagem enquanto
estudante, mas terá que apropriar-se desse novo jeito de ler, entender e ter
acesso a milhões de informações, a fim de atuar com competência em sua
profissão.
Leitura básica para a realização da atividade
O professor Antonio Nóvoa apresenta, nessa entrevista, realizada no ano
de 2001, o que é ser professor hoje, e os aspectos importantes da formação
continuada.
Entrevista com Nóvoa. O texto completo está disponível no Programa Salto para o Futuro
Como enfatizou Nóvoa (2001, não paginado) na entrevista, é impossível
imaginar uma profissão docente em que práticas reflexivas não existam. Para
tentar identificá-las e compartilhar com seus colegas suas opiniões sobre as
condições em que essas práticas podem se desenvolver, participe da Atividade
1.2.
Atividade 1.2
Quem sou como professor e aprendiz?
Refletir e compartilhar com os colegas
as suas reflexões acerca das seguintes questões:
· • O que é ser professor
hoje?
· • Quem sou eu
(professor) nesse contexto
A partir dessas reflexões, sobre como se constitui a identidade do
professor, Maria Umbelina Caiafa Salgado (2003, não paginado) diz que
"[...] podemos
distinguir na identidade do profissional da educação três dimensões
inseparáveis, pois ele é simultaneamente:
1. a. um
especialista que domina um instrumental próprio de trabalho e sabe fazer uso
dele;
2. b. um pensador
capaz de repensar criticamente sua prática e as representações sociais sobre
seu campo de atuação;
3. c. um cidadão
que faz parte de uma sociedade e de uma comunidade.” (2003, não paginado).
Essa tripla dimensão da identidade docente, apontada pela autora,
leva-nos a pensar que os educadores atualmente precisam:
• ter domínio do
conteúdo de sua área;
• entender os
processos de aprendizagem dos estudantes;
• saber ensinar,
criando situações que favoreçam o estudante a encontrar sentido para aquilo que
está aprendendo;
• conhecer e saber usar
as tecnologias disponíveis no sistema escolar; e
• entender as
implicações do uso das tecnologias e mídias nos processos de ensino e de
aprendizagem.
Figura 1.02 – Exemplo de Mapa Conceitual
Isso requer, portanto, a reconstrução da prática pedagógica do
professor, ou seja, do profissional que lida no seu dia-a-dia com os fatos que
emergem de realidades singulares. Assim, a reconstrução do conhecimento prático
é um processo que abarca a concepção de aprender a aprender ao longo da vida.
Mas, cabe perguntar, quais são as bases conceituais para a discussão do
processo de aprendizagem? O que é aprender a aprender? Como isso acontece ao
longo da vida?
No próximo item do nosso estudo, lançamos algumas ideias e sugerimos
leituras para que você possa aprofundar seus conhecimentos e debater com seus
colegas em um fórum, ou mesmo presencialmente, a partir da seguinte questão:
“quem sou como professor e aprendiz?”.
Unidade 1: Tecnologias de informação e comunicação na educação
Atividade 1.3
Registro em Diário de Bordo
A aprendizagem
No seu trabalho cotidiano em sala de aula, alguma vez você já parou para
pensar em como seu estudante aprende? Ou, ao contrário, você se preocupa apenas
com o “como ensinar”, ou seja, na criação de estratégias que favoreçam a
transmissão do conhecimento? Lembre-se de que aprendizagem é um processo
individual e social que a pessoa constrói na interação com o meio e com o
outro. Daí a importância das interações e das situações que promovam a
reflexão, a tomada de consciência e a reconstrução do conhecimento.
Para o professor, a aprendizagem possibilita que ele analise e avalie
como experimenta esse processo, criando condições para tornar-se consciente
sobre como aprende. É fundamental, por isso, que você reflita sobre
Para Refletir:
Como aprendiz, como lido com as
tecnologias que chegam às escolas?
Diante dos desafios de que se apresentam em sua prática como educador,
devido aos avanços das ciências, das artes e da tecnologia, a cada dia surgem
demandas de novas aprendizagens.
Isso significa que o processo de aprendizagem é contínuo. Em vista
disso, devemos nos preparar para aprender a aprender, a fim de assumirmos uma
posição de abertura e de indagação sobre a própria prática.
Esse aprendizado, ao longo da vida, pode acontecer de maneira formal em
cursos de formação; no compartilhamento e reflexão sobre a própria experiência
com seus pares; na interação com os estudantes e com outros atores que buscam,
igualmente, novas compreensões sobre o fazer pedagógico; na leitura de textos
sobre a prática profissional; na participação em congressos e seminários e em
grupos de estudos, entre tantas outras possibilidades de aprendizado.
Para aprofundar suas reflexões, leia o texto de Valente na íntegra, destaque
os pontos que lhe chamaram atenção e comente com os seus colegas em um Fórum ou
presencialmente, ou retome a discussão presencial, que teve como tema a
questão: “quem sou como professor e aprendiz?”.
Leitura básica
Na sociedade contemporânea, as mudanças são constantes e rápidas. A
formação passou a ser uma necessidade sempre presente e necessária ao longo da
vida, a fim de se estar em sintonia com as novas demandas.
Você pode, também, ler o texto do mesmo autor na Revista Pátio, ano IV,
n. 15, nov. 2000/jan. 2001.
Novas Tecnologias e Aprendizagem
Sempre que surge uma nova tecnologia, as pessoas ficam, por algum tempo,
deslumbradas diante da novidade. No entanto, passada a euforia, o que fica
desse processo inicial? Serão as novas tecnologias ou as tecnologias de
informação e comunicação as “sereias” do ensino eletrônico?
No artigo As sereias do ensino eletrônico,
Paulo Blikstein e Marcelo Zuffo (2001) comentam os “encantos” e desilusões que
as tecnologias trouxeram a várias áreas. Na educação, alertam que, apesar do
potencial positivo, o seu uso tem sido, predominantemente, na forma de um
simples encapsulamento de conteúdo instrucional em mídias eletrônicas. Eles
criticam o forte vínculo do propósito educacional com os interesses produtivos
capitalistas e defendem que as tecnologias deveriam ser utilizadas, sobretudo,
como instrumento de libertação, de engrandecimento da condição humana
Para Refletir:
Mas o que será que essa tecnologia
oferece de novo? Será necessário mudar a prática pedagógica? Quais
contribuições essa tecnologia pode trazer para a aprendizagem dos estudantes? E
para o dia a dia do professor?
A seguir, você continuará a discutir sobre como a escola está lidando
com o uso, cada vez mais intenso, de novas tecnologias na sociedade e,
principalmente, quais as consequências no processo de aprendizagem de
professores, gestores e estudantes.
A escola diante desse novo panorama da sociedad
“As tecnologias são
importantes, mas apenas se soubermos utilizá-las. E saber utilizá-las não é
apenas um problema técnico.” (DOWBOR, 2001, não paginado)
As tecnologias e as mídias ganham espaços no contexto da escola. Hoje,
já é realidade para muitas unidades escolares a existência de biblioteca, sala
multimídia, rádio, câmera digital, filmadora, computador, tablet, lousa digital
etc. Diante desse contexto que você conhece e convive no seu cotidiano, reflita
sobre:
Para Refletir:
· • Como a escola vem
lidando com as novas tecnologias
· • Como vem sendo a
aprendizagem dos professores, gestores e estudantes para utilizar as
tecnologias em seu cotidiano? E, com isso, como fica o processo de ensino e
aprendizagem
Para aprofundar a reflexão sobre Educação e Tecnologia, recomendamos que
você assista à entrevista do Prof. Dr. Ladislau Dowbor (2004) sobre Educação e Tecnologia
Nessa entrevista concedida à Rede Vida, em 2004, Ladislau Dowbor comenta
que, na sociedade do conhecimento, a escola, que tem no conhecimento a sua
matéria-prima, tem de assumir um papel muito mais central. Para ele, a escola
precisa repensar seu papel diante da atual explosão do universo do conhecimento
e das tecnologias correspondentes. Complementa, ainda, que “a visão geral é que
precisamos de uma escola um pouco menos lecionadora, e mais organizadora dos
diversos espaços de conhecimento que hoje se multiplicam com televisão,
Internet, cursos de atualização tecnológica, processos de requalificação
empresarial e assim por diante” (DOWBOR, 2004).
Atividade 1.3
Registro em Diário de Bordo
A partir das questões colocadas
anteriormente e da análise da entrevista, registre suas reflexões e
aprendizagens em seu Diário de Bordo.
Unidade 1: Tecnologias de informação e comunicação na educação
Atividade 1.4
Pesquisa e análise
Tecnologia na escola
Quando se fala em tecnologia na educação, logo pensamos em computadores,
Internet... Mas isso não é tudo. Tecnologia é, efetivamente, mais do que isso.
Ela se faz presente, por exemplo, em todos os lápis que usamos, no quadro de
giz, nos livros, nas cadeiras em que nos sentamos. Lembre-se da revolução
social que representou a imprensa. Podemos imaginar uma escola, hoje, sem
livros, sem material impresso?
O trabalho na escola lida o tempo todo com tecnologia, mas raramente se
ocupa de produzi-la. O que as tecnologias digitais nos trazem de especial é,
com efeito, a ampliação das possibilidades de produzir conhecimento, divulgá-lo
e compartilhá-lo.
Veja bem: inserir-se na sociedade da informação não quer dizer apenas
ter acesso às TIC, mas, principalmente, saber utilizar essa tecnologia para a
busca e a seleção de informações que permitam a cada pessoa resolver os
problemas do cotidiano, compreender o mundo e atuar na transformação de seu
contexto.
Figura 1.03 - Tecnologia na escola
O uso da tecnologia na educação requer, sem dúvida, um olhar mais
abrangente. Logo, é preciso que haja, nesse processo, o envolvimento de novas
formas de ensinar, aprender e de desenvolver um currículo condizente com a
sociedade tecnológica, que deve se caracterizar pela integração, complexidade e
convivência com a diversidade de linguagens e formas de representar o
conhecimento.
Nessa perspectiva, compreender as potencialidades inerentes a cada
tecnologia e suas contribuições ao processo de ensino e de aprendizagem poderá
trazer avanços substanciais à mudança da escola, a qual se relaciona com um
processo de conscientização e de transformação, que vai além do domínio de
tecnologias, e traz, subjacente, uma visão de mundo, de homem, de ciência e de
educação.
Para que seja possível usufruir das contribuições das tecnologias
digitais na escola, é importante considerar suas potencialidades para produzir,
criar, mostrar, manter, atualizar, processar, ordenar. Isso tudo se aproxima
das características da concepção de gestão. Tratar de tecnologias na escola
engloba, na verdade, a compreensão dos processos de gestão de tecnologias,
recursos, informações e conhecimentos que abarcam relações dinâmicas e
complexas entre parte e todo, elaboração e organização, produção e manutenção
(ALMEIDA, 2005a).
Na atividade a seguir, propomos que você faça uma pesquisa para
diagnosticar e analisar quais as tecnologias de que sua escola dispõe e como
elas são utilizadas. Esse diagnóstico é fundamental para você refletir sobre a
sua realidade local. Vá em frente, realize a atividade.
Atividade 1.4
Pesquisa e análise
Pesquisa em sua escola para levantar
quais tecnologias são mais utilizadas e de que forma isso vem acontecendo.
Analisar, também, se as tecnologias estão sendo utilizadas para apoiar práticas
tradicionais, ou se potencializam a produção ou modificação de propostas
pedagógicas.
Orientações para o desenvolvimento da
atividade:
• Entrevistar
professores da sua escola e coletar dados sobre as tecnologias que costumam
utilizar em suas aulas e de que forma as utilizam. Definir o número de
professores de acordo com sua disponibilidade de tempo. Assim, quanto maior for
o número de entrevistas, mais completa será a análise; entretanto, no caso de
entrevistar um pequeno número, focalizar nos colegas que estão mais engajados
com a integração tecnológica na escola;
• Organizar uma síntese
das informações coletadas, usando a planilha de referência, disponibilizada
pelo seu formador;
• Elaborar uma breve
apresentação no Impress (2 a 3 slides) com suas conclusões acerca do uso das
tecnologias na sua escola, a fim de debater com seus colegas no próximo
encontro presencial;
• Salvar o documento e
a planilha na pasta “Meus documentos”. Atribuir a ele um nome que facilite a
sua identificação, da seguinte forma: ativ1-4_seunome; por exemplo, para esta
atividade realizada por Helena Maria Silva, o nome do arquivo será
ativ1-4_helenams. Recomendamos a não utilização de acentos, cedilha, sinais de
pontuação e outros caracteres especiais. Os traços que sugerimos utilizar, como
o sinal de subtraço (_), sublinhado, underscore, underline ou traço inferior,
são aceitos pelo computador como uma letra comum;
• Postar o arquivo
desta atividade no ambiente e-ProInfo conforme orientação do seu formador;
• Ler as apresentações
dos colegas de turma no ambiente e-ProInfo. Depois, comentar sobre as
apresentações em um fórum, para socializar os resultados e reflexões das
pesquisas. A ideia deste Fórum é que seja possível elaborar uma síntese dos
resultados obtidos pela turma nesta atividade de pesquisa.
Unidade 1: Tecnologias de informação e comunicação na educação
Atividade 1.5
Reflexões em Diário de Bordo
Ensinar e aprender com as mídias digitais
Ensinar é organizar situações de aprendizagem, a fim de criar condições
que favoreçam a compreensão da complexidade do mundo, do contexto, do grupo, do
ser humano e da própria identidade. Diz respeito a: levantar ou incentivar a
identificação de temas ou problemas de investigação; discutir sua importância;
possibilitar a articulação entre diferentes pontos de vista; reconhecer
distintos caminhos na busca de sua compreensão ou solução; negociar
redefinições; incentivar a busca de distintas fontes de informações ou fornecer
informações relevantes; e favorecer a elaboração de conteúdos e a formalização
de conceitos que propiciem a aprendizagem significativa.
A melhor forma de ensinar é, com efeito, aquela que propicia aos
estudantes o desenvolvimento da capacidade de ler e de interpretar o mundo, e
que o leve, efetivamente, a aprender de forma significativa e com sentido.
Deve, portanto, potencializar o desenvolvimento do estudante a fim de que ele
consiga lidar com as características e com as demandas da sociedade atual, a
qual enfatiza, por exemplo, ser importante que o estudante tenha autonomia para
buscar, constantemente, novas aprendizagens. Nesse sentido, Almeida e Prado
(2005) comentam que
O uso da tecnologia
na escola, quando pautada em princípios que privilegiam a construção do
conhecimento, o aprendizado significativo e interdisciplinar e humanista,
requer dos profissionais novas competências e atitudes para desenvolver uma
pedagogia voltada para a criação de estratégias e situações de aprendizagem que
possam tornar-se significativas para o aprendiz, sem perder de vista o foco da
intencionalidade educacional.
Para Refletir:
· • Quando o professor
transmite uma informação?
· • Quando o estudante
procura uma informação na Internet?
· • A informação é
necessária, mas ela, por si só, garante que o estudante possa construir seu
conhecimento?
· • O que significa
conhecimento e como ele se difere da informação
A informação será tratada, aqui, como os fatos, os dados que encontramos
nas publicações, na Internet ou mesmo aquilo que as pessoas trocam entre si.
O conhecimento é
o que cada indivíduo constrói como produto do processamento, da interpretação e
da compreensão da informação.
O papel do Professor
"Mais do que
ensinar, trata-se de fazer aprender [...], concentrando-se na criação, na
gestão e na regulação das situações de aprendizagem." (PERRENOUD, 2000, p.
139).
Nessas situações, o professor procura mobilizar os estudantes para a
investigação e a problematização; para a produção e o desenvolvimento de
projetos; para a resolução de problemas.
Assim, criar ambientes de aprendizagem com a presença das TIC pode
indicar uma concepção da prática pedagógica com base na informatização do
ensino e na transmissão de informações; ou pode significar utilizá-las para a
representação, a articulação entre pensamentos, a realização de ações, o
desenvolvimento de reflexões que questionam constantemente as ações, as quais
são submetidas a uma avaliação contínua.
O professor que associa as TIC aos métodos ativos de aprendizagem é
aquele que também busca desenvolver a habilidade técnica relacionada ao domínio
da tecnologia e, sobretudo, esforça-se para assumir uma atitude de reflexão
frequente e sistemática sobre sua prática, sobre o que seus pares falam da
própria prática e sobre as teorias tratadas por autores de referência.
Nesse sentido, buscamos propor, por meio das atividades aqui sugeridas,
situações em que você possa articular teoria, prática e domínio da tecnologia,
com vistas a auxiliá-lo a encontrar estratégias de ação que associam as TIC aos
métodos ativos de aprendizagem. Sugerimos, ainda, que reflita sobre a ação
realizada, dialogue com os colegas, busque teorias que o ajude a compreender a
própria prática e a identificar as possibilidades de introduzir melhorias em
novas ações que o leve a explorar as potencialidades pedagógicas das TIC em
relação à aprendizagem e, consequentemente, à constituição de redes de
conhecimentos.
É fundamental que a tecnologia seja compreendida para que possa ser
utilizada, de forma integrada, na prática pedagógica do professor e no
desenvolvimento do currículo. Não deve ser, portanto, apenas um apêndice do
processo educacional. Para isso, é necessário que o professor aprenda não
apenas a operacionalizar os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas, mas,
também, a conhecer as potencialidades pedagógicas envolvidas nas diferentes
tecnologias e os modos de integrá-las ao desenvolvimento do currículo.
Cada uma das tecnologias, seja o vídeo, a Internet, o computador, o
tablet, o celular, entre outras, carrega suas próprias especificidades que
podem ser utilizadas de forma complementar entre si e/ou podem ser integradas
com outros recursos tecnológicos ou não.
Para Refletir:
· • Como o professor pode
desenvolver uma prática pedagógica integradora que contemple os conteúdos
curriculares, as competências, as habilidades e as diferentes tecnologias,
disponíveis na escola, em ações nas quais as tecnologias possam contribuir
efetivamente?
· • Como o professor pode
criar uma situação de aprendizagem com o uso de tecnologias que sejam
significativas para o estudante?
Atividade 1.5
Reflexões em Diário de Bordo
A partir das reflexões anteriores e da
análise da entrevista, registre suas reflexões e aprendizagens em seu Diário de
Bordo. Se necessário, consulte seu formador sobre como realizar essa atividade.
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